A hora do cansaço
Carlos Drummond de Andrade
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite do nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito..
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nós cansamos, por um outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade
Do sonho de eterno fica esse gosto acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
Do tempo dos avós
Decoupage de rosas em cafeteria
Como ela estava bem acabadinha,resolvi restaurá-la precisei dar uma boa lixada para preparar a superfície para receber primeiro um protetor de metais. Após secagem, novamente lixei e passei outra demão de protetor de metal ( tem várias marcas disponíveis no mercado e só ir a uma loja de tintas que o vendedor é a pessoa adequada para orientar).
Dei duas demãos de tintas acrílica preparada com um rosa bem suave. Apliquei as rosas (decoupage) e depois fiz acabamento com pasta metálica , cor ouro velho.
O cabo é de madeira, dei uma lixada para retirar imperfeições, era preto, e deixei marrom, o que suavizou a peça, e passei também pasta metálica, para dar acabamento.
A tampa também passou pelo mesmo processo.
Ficou bonitinha, não?
E agora lá vem história......
Esta peça foi restaurada, era dos meus avós, e já algum tempo atrás dei uma renovada no seu visual. Era usada acredito como cafeteira ou leiteira. Sou assim muito relicária...adoro guardar "objetos" principalmente aqueles que tem um significado para mim...aprendi com meu pai. Freud explica...eu bem sei! Enfim...eles tem história....e eu adoro histórias...quando pequena, meu pai comprava coleções de álbuns com histórias incríveis...lendas...curiosidades...e à noite, quando ele ia trabalhar em seu escritório, eu ficava sentada numa cadeirinha ao seu lado...até quase dormir...e ele me dizia, pois dava umas tombadinhas de sono."Está pescando?". Engraçado como isso fica guardado...com muito carinho. Pena que ele não está mais aqui...ele também uma pessoa muito criativa...embora fosse comerciante. Bom não posso reclamar, pois de dia quando não estava na escola...ficava com minha mãe, que costurava muito...muito..junto com algumas...naquela época...arrematadeiras, que a ajudavam. Acreditem,se quiser, enquanto esperava meu pai chegar para o almoço...brincava com as bobinas (de boneca)...colocava tecidinhos, retalhinhos enfiados no buraquinho...e me divertia à beça! Fui assim educada no meio de panos, linhas, moldes, bordados, uma infância deliciosa... que permitiu que também pudesse criar este clima em casa com meus filhos, embora até hoje trabalhe o dia todo fora de casa...mas o tempo que fico...aproveito à beça...com minhas artes... mais agora, que eles estão crescidos e têm vida própria...outros interesses...mas faz parte!A minha primeira aprendizagem....como podem adivinhar foi costurar... sei costurar muito bem...mas ainda prefiro que minha mãe o faça, pois ela é tarimbadíssima e muito ativa com seus 80 anos de idade. Depois aprendi bordar...desde pequena 6/7 anos...me ensinou também fazer croche, tricot,etc....E depois, até hoje, vou aprendendo muitas coisas sozinha...procurando..fazendo...refazendo..lendo...pesquisando Quando resolvi fazer Psicologia,ela dizia..."faz artes plásticas"...então "artes" passou para um segundo plano...sempre no meio de minhas atividades como psicóloga! Bom...chega de história...outra hora conto mais...